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Depoimento: Esperei 8 anos por isso!

Como muitas pessoas pensam, acredito que tirar a habilitação para dirigir é um passo para fortalecer sua independência.

No caso dos jovens, também é um ritual para a fase adulta.

Tirei a minha habilitação com 19 anos. Estava empolgada para tirar, pois sempre gostei de carro e a ideia de dirigir. Além de mim, meu pai queria muito que eu tirasse a carteira para que eu pudesse dirigir para ele.

Consegui passar na prova prática na quarta tentativa. Porém, dias antes bati com o carro do meu pai. Aquilo para mim foi um trauma e a conclusão de que eu realmente não sabia dirigir e que eu não tinha o controle do carro como eu imaginava. Criei um bloqueio muito grande e um medo de pegar o carro e fazer alguma besteira. Recebi a carteira e entreguei ao meu pai.

Depois disso, a carteira só me servia como documento de identificação.

Durante muitos anos eu achava que eu nunca ia conseguir dirigir sozinha, pois ter o controle do carro era algo muito distante de ser conquistado. Eu não tinha o controle dos meus medos e cobranças, imagina controlar uma máquina.

Há uns anos atrás, enquanto eu andava pela rua, eu vi o carro da clínica e fui pesquisar do que se tratava. Quando eu tive conhecimento da clínica, voltei a ter esperança de um dia dirigir novamente.

Demorei um bocado para entrar, devido a questões financeiras e pelo fato de na época dar importância ao que eu meu ex-namorado dizia. Para ele, eu iria jogar dinheiro fora com a clínica e que eu deveria aprender com ele. Afinal, dirigir é algo muito fácil e seria só uma questão de prática. Virou mais uma cobrança dele, dentre tantas outras. Nas vezes que ele me cobrava, mesmo contra a minha própria vontade, eu tentava. Até que eu dia ele me chamou de burra, por não lembrar onde ficava o pedal do acelerador, freio e embreagem. Aquilo para mim, foi a gota d’agua. Discuti com ele e disse que não queria mais a ajuda dele e que eu já
tinha tomado a decisão de que eu não ia dirigir e que não era para ele insistir.

Depois do término, comecei a colocar no papel todos os meus planos e projetos pessoais que eu não tinha feito até então, por conta do namoro. Um deles era a clínica. Depois de me organizar financeiramente, mesmo em meio a pandemia e desempregada, eu tomei coragem e comecei. Foram 7 meses que para mim passaram rapidamente, pois eu curti, aproveitei e tirei conclusões e aprendizados de cada etapa do processo.

As terapias em grupo foram essenciais para que eu entendesse e aceitasse muitas coisas. No início a cobrança interna era grande. Mas com o tempo eu fui entendendo que tudo bem errar, deixar o carro desligar ou cometer algum errinho no trânsito. Motoristas experientes fazem isso o tempo todo, até aqueles caras que se acham o Airton Senna. Então, por que nós que estamos reaprendendo, não podemos errar? Estamos no nosso direito, assim como qualquer um.

Depois de passar por todas as etapas do processo da clínica, consigo pegar o carro sem medo e cobranças, e inclui o carro na minha rotina. Dirigir, voltou a ser algo bom e prazeroso para mim!

Confesso que a ficha ainda não caiu. Esperei 8 anos por isso e eu ainda não consigo acreditar que eu estou dirigindo e estacionando um carro grande. Antes eu olhava meu pai dirigindo e dizia para mim mesma que eu nunca ia ser capaz.

As curvas do Alto da Boa Vista foi um marco. A primeira vez que eu passei por lá, mesmo com a perspectiva de uma passageira, elas me assustaram devido a inclinação e a habilidade que o motorista precisa ter. Hoje eu consigo subir e descer com tranquilidade, segurança e tendo o controle do carro.

Os aprendizados da clínica foram extremamente importantes para mim. Levo esses aprendizados não somente para o trânsito, mas também para minha vida.

Agradeço muitíssimo a Nathalia, ao Sr. Nelson e ao Rafael pelo cuidado, dedicação, paciência e profissionalismo. Vocês não fazem ideia de como vocês foram importantes para a minha evolução! Hoje eu me sinto mais forte, mais capaz e principalmente acreditando mais em mim.

Muito obrigada mesmo!

Rafaela Gomes

Depoimento: Encontro vocês no trânsito

Foi num dos momentos mais difíceis da minha vida que eu decidi que era hora de resolver um problema que, há tempos, me perseguia. Uma resolução de ano novo que nunca conseguia cumprir. Ano após ano, eu mentalizava “esse ano eu volto a dirigir”, mas outras prioridades chegavam e mudavam meus planos. Adaptei a minha vida para não precisar de carros, porém, quando, em determinadas situações, saber dirigir era crucial, me sentia muito mal. E a revolta me consumia. Hoje, eu vejo que a pouca técnica e a falta de incentivo eram os meus principais obstáculos. Entretanto, era difícil começar, procurar ajuda.

Busquei a clínica escola Cecília Bellina quando eu e a minha esposa sofremos um aborto no começo de 2019. Na verdade, queria fazer alguma coisa por mim, além de ocupar a minha mente. Foi meio por impulso! Pensei o quanto seria fundamental dirigir já que estávamos tentando engravidar e, quando me dei conta, já estava dentro de um carro voltando a ter aulas de direção.

No começo, não estava muito confortável em participar do grupo. Comecei com um mês de teste e, se não desse certo, partiria para as aulas avulsas. Não tinha muito problema em me expor. Meu maior medo era encontrar pessoas com verdadeiro pânico de direção e isso me influenciar (piorando a minha situação).

Hoje, vejo que o grupo é um grande aliado no processo. Aqui encontrei pessoas que, como eu, tinham medo associado à falta de prática e, assim, pude me identificar e dividir experiências. E também conheci pessoas que tinham pânico em entrar num carro, inclusive como carona. No entanto, ouvir os seus relatos não me traumatizou, como imaginava, mas me fez entender o ser humano na sua individualidade, nos seus problemas, dilemas, desafios. No fim, vi que não era uma luta individual, e, sim, coletiva. De certa forma, tornar uma pessoa melhor, mais compreensiva.

Um mês depois que entrei na clínica, eu e a minha esposa fomos surpreendidos por uma nova gestação. A felicidade que senti foi proporcional ao medo de que alguma coisa desse errado de novo. Além de um escape emocional proporcionado pelas aulas, sair com o meu filho de carro da maternidade se tornou uma motivação para eu manter o foco. Não desistir. Seguir em frente.

O processo foi bem árduo. Emocionalmente desgastante. Sair da sua zona de conforto semanalmente era um teste para cardíaco, mas a satisfação de realizar esse sonho valeu cada sacrifício. No fim, não só levei meu filho para casa como também levei a minha esposa para o hospital, driblando toda a tensão pré-parto.

Gostaria de agradecer a todas as pessoas que participaram do processo. Afinal, sozinho seria impossível realizar esta conquista. Em especial aos instrutores que me ensinaram praticamente do zero a dirigir, às psicólogas e ao grupo que deram toda a motivação e apoio necessários e a todos os meus familiares (minha esposa e meus pais, principalmente) e amigos que acompanharam os meus lamentos e vitórias nestes últimos nove meses. Valeu.

Encontro vocês no trânsito!

A psicóloga Nathalia Lacerda esclarece dúvidas sobre medo de dirigir

Confira a entrevista da psicóloga Nathalia Lacerda sobre medo de dirigir para o Jornal Extra:  https://www.facebook.com/jornalextra/videos/1789678614398414/?hc_ref=ARSiESPkSdzb6QzGfrkWI1sVAFC-EE_wccF0lUZak6K8vFTc-a0m3ugPU5l5aU88bB8&pnref=story

 

 

Entrevista sobre “Nossos Temores” para o Jornal O Fluminense

http://www.ofluminense.com.br/pt-br/revista/nossos-temores

Nossas clientes, muitas vezes, possuem um perfil parecido umas com as outras. “São pessoas que têm medo de errar, muito autocríticas e que não gostam de se expor, ou seja, pessoas perfeccionistas.  Ensinamos a lidar com os aspectos emocionais através de estratégias de comportamento, como por exemplo: controlar a ansiedade, os pensamentos catastróficos, o medo de errar, a vergonha de se expor e o medo da crítica” , disse a Psicóloga Nathalia Lacerda em entrevista para o Jornal O Fluminense.